As mudanças e transformações a nível económico, político, social e cultural acontecem a um ritmo vertiginoso nas sociedades contemporâneas. Esta ideia, muito divulgada quando se pretendia falar, designadamente, das mudanças esperadas para o séc. XXI, tornou-se fraca de sentido no momento em que o Mundo se deparou com a pandemia gerada pela Covid 19.
O Mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) de que tanto se falava ganhou outra dimensão e a mudança é agora uma variável incontornável das organizações que precisam urgentemente de ter as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios.
É necessário reinventar negócios, alterar estratégias, encontrar novos mercados e, ao mesmo tempo e de forma generalizada, mudar de paradigma na Gestão de Recursos Humanos, atribuindo à gestão das pessoas uma maior relevância no seio organizacional.
Sendo o conceito de Gestão de Recursos Humanos relativamente recente – nos finais do século XIX e meados do século XX, falar de Recursos Humanos (RH) numa empresa significava contratar, demitir e supervisionar os trabalhadores – é nas décadas de 1980 e 1990, aquando as grandes pressões económicas, que surge a consciência de que as empresas e os indivíduos enfrentam uma crescente e definitiva competição globalizada. Desenvolvem-se os conceitos de gestão estratégica de RH e passa a ser dada relevância ao alinhamento entre os objetivos de gestão de recursos humanos e os objetivos estratégicos da empresa.
Lançadas as bases para a transformação dos RH num parceiro estratégico que ajuda a garantir o sucesso e a aumentar a capacidade produtiva da empresa, os temas relacionados com a gestão de pessoas e a liderança passam a suscitar um maior interesse por parte dos empresários e líderes.
Chegados ao século XXI, num mundo VUCA e com a necessidade incontornável desenvolver a economia num contexto de enorme adversidade e incerteza como o que estamos todos a viver, os nossos líderes têm um grande papel a desempenhar!
É tempo, mais do que nunca, das empresas se assumirem como construtoras do progresso humano, como estruturas agregadoras e resilientes e, acima de tudo, como organizações conscientes!
É indispensável a implementação de planos de transformação digital e a assumpção da empresa como organização de aprendizagem. A diversidade e a inclusão mantêm-se na ordem do dia e incentivar o crescimento da força criativa e produtiva das empresas tem que ser um objetivo diário.
E como fazer? Como actuar?
Praticar uma liderança transformacional, focada no crescimento dos Colaboradores da empresa.
Entre outras ações, cabe aos líderes ouvir as suas pessoas e atentar no clima organizacional que a sua empresa encerra, fazer a gestão do talento das suas equipas, com aplicação de ferramentas já conhecidas mas ainda pouco utilizadas como, o employee experience, o feedback construtivo.
A comunicação interna e externa é agora, e de forma generalizada, sentida como uma ferramenta muito poderosa e que os líderes têm que saber utilizar.
O mundo de hoje veio trazer novos desafios e exigir aos líderes e empresários a repriorização de planos talvez já pensados a médio prazo.
Falamos do teletrabalho, por exemplo, que imposto no cenário Covid 19 parece ter vindo para ficar e que permitirá (logo que o atual contexto o permita também) atingir um outro objetivo que é o de proporcionar um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos Colaboradores.
Podemos também falar do tema comunicacional e da implementação de estratégias de alinhamento entre a imagem interna e externa das empresas a que temos assistido no tecido empresarial português.
Vemos diariamente exemplos da crescente preocupação de sustentabilidade ambiental.
Os nossos líderes terão que fazer a mudança num mundo VUCA e adverso e esta mudança é essencial para a transformação das empresas em organizações conscientes e transformacionais!
E uma das reflexões que retiramos do atual contexto de pandemia é a de que “somos todos um”, a nossa ação influencia quem está ao nosso lado e vice-versa (numa coisa tão simples e básica como respirar) e isto aplica-se à comunidade, às empresas, ao país e ao Mundo.
Transpondo para os líderes, à sua responsabilidade acresce esta tomada de consciência. Porque todos interessam, todos têm o seu valor. Estamos todos ligados.
Sabemos que não se ultrapassam crises e adversidades sem aceitar a conjunctura e adaptar a estratégia. O marinheiro depende do vento e, por isso, tem que o aceitar, ajustar a estratégia e manter a tripulação focada e coesa.
E é num mar revolto que se fazem os bons marinheiros da liderança…
Belíssimo texto, tão real que se aplica aos dias de hoje, tão verdadeiro que se aplica sempre.
Parabéns.
Muito Obrigada pelo S/comentário.
Excelente e pertinente artigo! Parabéns!!!
Obrigada. Fique atento para mais artigos.